Os desafios e mudança do ensino na pandemia Covid-19
O mundo inteiro parou por conta do novo coronavírus. A educação também precisou passar por uma série de mudanças justamente pela recomendação das autoridades sanitárias para evitar as aglomerações e a disseminação do vírus.
Os
professores e alunos se moldaram para tentar viver o novo normal com a utilização
das tecnologias. As aulas saíram das salas e passaram para o modo remoto, ou
seja, a distância. Todos começaram a estudar de suas casas, uma maneira diferente
do habitual do calor humano. Saindo dos barulhos dos sinos e os gritos das
crianças para o silencio total.
Antes
mesmo da pandemia, já existia o ensino a distância, alguns já faziam aulas
online. As faculdades adotaram novas medidas. Há exatos 1 ano 2 meses atrás, os
computadores e celulares foram as principais ferramentas usadas por
universitários já acostumados a frequentar uma sala de aula, porém, todos
conectados virtualmente. Grande parte já até se acostumou. Uns, com algumas
dificuldades, outros com mais facilidade.
O
mundo começou a utilizar este método remoto no século XVIII, foi quando um curso
através de correspondência foi se oferecido por uma instituição, em Boston, nos
Estados Unidos. A partir daí, se iniciou uma nova cronologia para a evolução e
continuação do EAD no Planeta a fora.
No
Brasil, a educação a distancia se estabeleceu pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, n° 9394, em 20 de dezembro de 1996. Um Decreto também n°
2494, de 10 de fevereiro de 1998.
Sua evolução
se deu a partir dos anos 2000. A procura por cursos EAD (Ensino a Distancia),
cresceu no Brasil. Mais até do que esperava o Ministério da Educação. Começou a
reconhecer e investir nesse potencial de ensino. Mais de um milhão de alunos
estão matriculados, atualmente, segundo o MEC, em cursos de graduação a
distancia no país.
Alguns
universitários foram entrevistados para falarem sobre tudo isto que estão
passando e sobre o ensino a distancia que está cada vez mais fazendo parte da
rotina na área da Educação. Eles derem seus pontos de vista.
O Vitor
Valiati, 19 anos está cursando 1° período de agronomia. “Jamais vivenciou em
estudar online por conta de uma pandemia. Sua principal dificuldade é que tem
uma internet muito fraca, e com isto, as aulas, acabam travando e perdendo
conteúdos”. Ficar longe dos colegas e professores, é uma questão de não poder
trocar ideias e tirar conclusões mais exatas, com isto, a relação entre colegas
e professores fica bastante restrita, “não temos contato muito direto, segundo
ele, fica um espaço entre os mesmos”. “não estou quase aprendendo, minhas notas
estão baixas, pelo fato de não compreender as matérias e conteúdos”.
Questionando
quando e voltar as aulas, ressaltou que “prefere presencial, tem mais
aprendizado, consegue se concentrar e também pode tirar as duvidas em relação
as matérias com seus professores.
“Pelo
lado positivo, trouxe uma experiência nova, por nunca imaginar, estudar de uma
maneira remota. Em contrapartida, houve falha no ensino, mesmo sendo online, e
fazer a consulta na internet, não se tem o mesmo aprendizado do que estar
dentro de uma sala de aula”, ressaltou Vitor.
Já, Aline
Feriato Vieira, 26 anos, formada em Embelezamento e imagem pessoal, fez
faculdade online, terminou, recentemente, em dezembro de 2020, em meio a
pandemia. Foi a primeira vez em que teve que estudar online. Sua dificuldade
era em ter as disciplinas e estudar em casa. “Estou aprendendo menos, pois
requer muito foco, prefiro o presencial, mas como já atual como profissional na
área de formação, minha rotina permite apenas o online, porém, o que trouxe para
mim foi a valorização do estudo presencial e de aulas práticas”.
Victoria Rosseto, 18 anos, 3°
período de Agronomia;
Nunca
fez faculdade online. Esta é a primeira vez. Não sente dificuldade, mas a falta
de aulas práticas. Essa distancia entre professor e aluno faz com que surjam
mais dúvidas em relação as matérias. Quanto ao aprendizado, ela disse que vai
da dedicação de cada um. “Pretendo voltar presencialmente, ter o contato direto
com o professor e com a própria prática, o que facilita muito o entendimento”.
Mesmo a distancia, agradece e reconhece o empenho dos professores, “estou
conseguindo acompanhar as aulas”.
O Pedro
Guarnieri, graduando Engenharia Agrícola, (Período Integral), também nunca fez
faculdade virtual. É a primeira vez. “Ficar longe de colegas e professores é um
pouco difícil, até porque o ambiente de estudos criado dentro da faculdade
facilita o ensino”. Junto com os colegas de classe, para sanar dúvidas.
Contudo, sua capacidade de aprendizagem se limitou bastante. “Estou aprendendo menos,
online. Em contrapartida, surgiu a oportunidade em trabalhar”.
“Prefiro
voltar de maneira presencial, devido ao número de aulas práticas, ter o contato e melhora a aprendizagem”, ressaltou Pedro. Tudo
isso trouxe maior concentração, autocontrole, facilidade em algumas coisas,
como a utilização de novos aplicativos, o que auxilia no dia-a-dia. A parte boa
foi o contato digital maior. Todos ficaram atribuídos de tarefas, mas nada
substitui o ensino dentro da universidade.
Dois professores foram ouvidos
para darem seus pontos de vista sobre o atual momento.
O
professor Rodolfo Pegorin Paludeto, Especialista em Gestão de Qualidade e
Processos, jamais vivenciou uma pandemia como esta. Sua experiência esta sendo
desafiadora, “jamais me vi fazendo isto, de verdade, apesar de tudo, estou
tendo bons resultados, e mesmo a distancia é possível sim manter qualidade nas
aulas de uma maneira diferente daquilo que estava acostumado a fazer em sala de
aula”.
“O
contato com os alunos ficou mais restrito, nada melhor do que se ter o contato
físico, na sala de aula parecia ser mais fácil, simples, sobretudo, na hora das
dúvidas, e mesmo com a utilização de ferramentas, como o Classroom, WhatsApp,
este, talvez seja o ponto mais crítico, não sabemos se existe uma reversão”,
disse Rodolfo.
Porquanto,
os alunos estão mais do que conscientes da atual situação, é óbvio que tenha
uns mais dedicados, e quando você estuda de um jeito remoto, de qualquer
maneira, tem que ter uma certa dedicação, a vontade de estudar precisa estar em
cada um.
Para
Paludeto, o ensino remoto afeta diretamente no aprendizado, “a vontade e a
dedicação próprio, como estou longe, como professor não posso motivar o aluno
em si, isso tem que partir de dentro de cada um. No entanto, a responsabilidade
sempre é do professor, eu, sempre procuro aprender mais e mais, me dedicar para
que consiga passar algo de uma maneira que se torne interessante as aulas”.
“Como
professor, tinha sim um certo receito do ensino a distancia, mas isso, transformou
totalmente minha realidade. Hoje, consigo, estando em casa, com meus recursos
próprios, mesmo não sendo tantos, passar uma informação para o maior número de
pessoas de um jeito mais ágil, e até as vezes mais efetiva, coisa que dentro da
sala de aula, com caneta e papel, não tinha, fatores estes que precisam ser
observados, pelos dois lados. No sentido de que teremos muito mais legados,
nunca mais seremos como antes desta pandemia, inclusive minhas aulas também não
serão a mesma”.
O
outro professor, Kevin Pavan, Biólogo e Pós-graduado em Docência do Ensino
Superior, nunca passou por isto. Ele ressalta que os alunos estão reclamando
muito, devido a falta de socialização no âmbito escolar, a falta de engajamento
com os mesmos e as aulas prática.
“Essa
é uma experiência desafiadora. Já em relação se o ensino afeta ou não no
aprendizado, segundo ele, vai depender muito do perfil do aluno, podendo ser
melhor para os que são mais responsáveis e possuem um senso de dever
intrínseco, e os piores alunos, não responderem sem ao menos conter um estimulo
externo”, disse Pavan. Já o contato com os mesmos não ficou mais restrito, pois
em seu ponto de vista o meio digital esta bem amplo na realidade.
O que tudo isso fica de aprendizado, “a palavra fundamental é resiliência, capacidade de se reinventar em tempos difíceis, e dar a volta por cima”.
Já o
Biólogo e Pós Graduado em Docência do Ensino Superior, Kevin Pavan, também
nunca passou por um momento como este de pandemia. “Os alunos estão reclamando
muito devido a falta de engajamento com os mesmos e aulas práticas”. Essa nova
experiência é desafiadora. O ensino remoto vai depender do perfil do aluno,
podendo ser melhor para os mesmos, que esta mais responsáveis e possuem um
senso de dever intrínseco e piores para os alunos que não respondem sem
estimulo externo”. Em sua visão, o contato do professor e aluno não ficou mais
restrito, pois o meio digital está amplo na realidade.
“A
palavra fundamental é resiliência, ou seja, a capacidade de se reinventar em
tempos difíceis e dar a volta por cima”.
Em
meio a tantas expectativas e desafios pode-se salientar que tudo é possível,
basta ter dedicação, esforço para alcançar os objetivos. A pandemia foi um
exemplo de superação para muitos, e mesmo nas dificuldades, a esperança sempre
prevalece de que tudo irá passar e ficará na lembrança de cada ser humano.
Por
Giovani Rogério
Comentaris